Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Falo aquilo que não sei...

Falo aquilo que não sei,
Ouço muito o que não digo,
Imagino coisas que não faço,
Sobrevivo a tudo que personifico.

Não me envergonha dizer que sou mudo;
Sequer então surdo.
Dá no mesmo.
E mesmo sem poder fazer aquilo que mereço
Choro lamentando os vícios desumanos.

Caprichos dos sonhos?
Marchas de loucuras?
Brenhas entre letras?
Luzes entre o negro?

Faço aquilo que imagino,
Tenho tudo que procuro.
Mesmo me sentindo vazio
Nunca tive nessa vida senão
Um pequeno pedaço do seu mundo.

(Ismael Júnior, 30/05/2008).

Eu, os olhos... os outros.

O nosso mundo vive para haver desejo
De compreensão, de choque - entre as farsas,
De medo pela ânsia do pecado.
Quem te julgas pecadora trazes em ti um laço amargo.

Vives pelo sangue.
Então, por que o medo?

O desespero é o teu anjo
Fiel e que domina o teu desejo
De saciar tua vida em outras – outros loucos?
Quem te serves de angústia em troca do teu orgasmo?

Ouves e não vês,
Sentes que te dominas e não tens forças
Para reconhecer-te.

Apeguei-me a teu hábito,
Estou julgando como um sonho
No qual juro ter forças
E não mais te acordará.


(Ismael Júnior ).

Eterna obcessão

Sem saber o que pode enfrentar,
Os olhos procuram encontrar
Aquilo que tanto os atormenta
E, por milhares de anos,

Flutuam em lágrimas
Mais ardentes do seu pensar,
Ofuscado algumas vezes
Diante de sua própria imaginação.

Queimando os horizontes
De forte ganância e sede de desejo.
Nunca deixará passar

Seus sentimentos por acaso,
Os seus sonhos são os maiores
Contrastes já imaginados.

Infelizes aqueles que tentam apagá-los,
Pois padecerão diante de uma eterna obcessão.


(Ismael Júnior, )

Tudo isso passa pela minha mente

És tudo que cativa o nada!
És virtude que contempla o inexplicável!
És vida que ao leo prioriza quase nada!
És pequeno no mesmo sentido, e inoculável!

Podendo ser triste no mundo de quase nada.
Podendo ser nada no tudo que é incompreensível.
Nadando nas lágrimas que morre na gargalhada.
Ou sofre na tristeza de poder ser vulnerável.

Mesmo sabendo que do nada morro de verdades!
Mesmo sabendo que de verdades morro de gargalhada!
Mesmo cego pelo espanto causado pelas beldades!
Mas vive-se de quase nada na terra da saudade!

Então lembras de coisas bravas, concorda?
Quase tudo isso passa pela minha mente.

Ismael Júnior ( ..........., 2008).

Tudo isso passa pela minha mente

És tudo que cativa o nada!
És virtude que contempla o inexplicável!
És vida que ao leo prioriza quase nada!
És pequeno no mesmo sentido, e inoculável!

Podendo ser triste no mundo de quase nada.
Podendo ser nada no tudo que é incompreensível.
Nadando nas lágrimas que morre na gargalhada.
Ou sofre na tristeza de poder ser vulnerável.

Mesmo sabendo que do nada morro de verdades!
Mesmo sabendo que de verdades morro de gargalhada!
Mesmo cego pelo espanto causado pelas beldades!
Mas vive-se de quase nada na terra da saudade!

Então lembras de coisas bravas, concorda?
Quase tudo isso passa pela minha mente.

Ismael Júnior ( ..........., 2008).

Entre árvores e túmulos

O sofrimento, nos braços do medo,
Lança-me para o campo do segredo,
Aterroriza o peito, o auge do desejo.

Enterrando-me nas cavernas,
Perdido sobre pedras,
Fecha as arestas
Onde soluçam minhas lembranças.

Emudeço a voz da minha sombra –
O lado escuro que de mim desponta
Na medonha brisa noturna.

E os meus sonhos...
Morreram com o passado, até agora
Não sei como encontrá-los.

A mente os engana,
A fim de esquecê-los a risos altos
No choro do meu cansaço.

Sinto-me duplamente enganado
Pelo meu passado:
Nos sonhos enrolados
E no eu, agora, cego e deturpado.

Existem verdades,
Condições e patíbulos.
Eu, no meio do campo,
Entre árvores e túmulos.



E assim continua nossa sina...

E assim continua nossa sina.
A maldade do álcool, a carência da companhia.
A crueldade tão sujeita a momentos de podridão
Das palavras, das fronteiras da escuridão.

São apenas os olhos que me dizem o encanto,
Como pranto, mergulham petrificados em minh’alma.
E tão solitária e tão concreta, que da profundidade
Do meu terror, acaba-se nos braços das libélulas.

Mais uma criatura que à sombra me liberta
Do consumo, do tormento das suas doenças.
Não... Não será tão profana. Sim, obscena.

Sim... Problema para a desaceleração do pulso,
Para a palidez da alma e do coração - tão duro
Como a pedra imagética da minha solidão.


(Ismael Júnior, 28/07/05).

Dias e noites

As noites de tormento sobrevoam minha áurea
E me enganam como morcegos ao sol.
Trazem vozes, choros, pesadelos.
Penumbram o meu estado,
Carregam a minha sombra
E mostram às estrelas o meu sangue.

Nelas vejo arco-íris, cores - não sei.
Trazem chuva - de sonhos – devastadora.

O corpo talvez não saiba:
Para cada vela, um enfermo;
Para cada luz, uma lágrima.

Subindo as escadas – pálidas -
Mostrarei-lhe o sonho do entardecer.

Se a música me mostrasse
Hoje, o canto para a morte,
Faria-me alegrar o sonho
De poder lutar contra a dor,
Ou talvez devolvesse
O ódio, a carência e a peste
Que se veste nos meus olhos
Toda vez que vejo o amanhecer.

Não!!! Todas essas luzes...

Sei que ele virá e me abraçará
Com toda a sua solidão,
Olhando para mim como se fosse eterna.
Murchando meu ser, demonstrando leveza
E matando-me de angústia.
Por mais uma vez...
Empurrando-me para a loucura.


(Ismael Júnior, 05/11/03 ).

Destino amargo

Sufoco-me em teu grande ar negro,
Fingido atrás do teu amargo sorriso,
Carrega em tua armadura apenas um entardecer.
E das cinzas que me fizera viver
Mostra-me toda tua mais linda reluzência.

Claro que não negro;
Vivo que mais estarrecido pútrido.

Magos, mandastes da vida,
trastejando em nossos ouvidos,
Longas sinfonias para o esquecimento.
A queda, em teu melhor destino.
Oh! Morte, nosso impuro fim.

Das trevas, dos pesadelos, dos cânticos
Que mais breve do infinito.
Infinitos belos passos, gelados sonhos tristes,
Por conseqüência atropelada
Pela bondade do olhar delicado

- trágico em seus gritos de agonia.

Conselho teu para com o amor
Deturpado, emudecido,
Sempre preso a meus lábios,
Ressecados a teu abandono,
A falta do teu consumo...

Este é o fim. Ele sim,
Todos são o que espera.

Não me arrastarei.
Lutarei, sangrarei,
Levarei o fogo para glorificar o teu caminho
E possas soprar ao meu ouvido
O teu último gemido de dor.


(Ismael Júnior )

Corro, deito... mas não sinto.

Devora-me, oh! sopro da aurora,
Não me cansas vê-la tão próxima.
Com serpentes, com corrente,
Solitária como serpente.

De dormente o peito chama
Minhas mãos a afagar a cama.
Os espinhos abrem fissuras,
Derramam taças de amarguras.

E as lágrimas em minha mão?
São torrentes ou afluentes?
São sonhos ou ilusão?

Na cabeça, o desejo contamina.
Na boca, a saliva enche a rima.
Nos olhos, a cegueira me destrói.


(Ismael Júnior, 11/07/05).

Conto descontente

Por entre trevas que os meus olhos se escondem,
Mostro-lhe a face da profana criatura
Que alimenta a minha ira
Entre seios ensangüentados.

Arranco do meu espírito, que segue por ninhos,
Buscando a morte ao sonho;
A vida, ao desprezo.
Entre cantos com que lida - e desfaz -

Vaga contemplando os cegos,
Vive louvando luxúrias.
Faz da loucura, a arma;
Produz do sangue, o seu império.

Da vida, a desgraça.
Por negros olhos estarrecidos.
Os mandamentos que me seguem, de inércia sobrevive.
Proliferando traumas e dando continuidade aos cleros.

Prepare-se, pois é a escuridão que vai enfrentar.
E saberá a saída da aliança,
Pois a morte não será a realidade.


(Ismael Júnior, ... )

Cegas dores em teus braços descançam

Onde olhos meus te acalentam,
Cegas dores em teus braços descansam.
Hediondas – grosseiras vozes da loucura
Na profunda melancolia te afundas.

Então o Calígula, em mim, assombra
E derrama em teu corpo de pele branda
A comida da mente que levanta
O deserto, a morte, as areias
Dos meus olhos que te cegam.

As loucuras - desfeitas faces da espera,
Por todas as noites, nas vozes, nos gritos,
Na fera consumindo a risos
O largo dorso da profana.

E meu peito devastado
Sobre o pequeno pulso dilatado,
Jorra o impuro sangue de princesa -
O louco sabor do pecado.


(Ismael Júnior, 20/06/05).

Cega lembrança

Alvo das sombras, guerreiro das luzes,
Onipotente servo dos lares obcecado por lucidez submissa.
O lar do desespero venera por prazer da carne
Para satisfazer a vergonha,
Para derramar sua desilusão.

Arraste-me para seu lado,
Leve-me ao encontro do seu mundo,
Mostre-me a carne imunda que carrega para a terra,
O fogo que leva para sua esperança,
A sombra que o eleva do medo.

Falas que o guiam pelo corpo e o destrói
Com seu passado.
Trevas que reinam em seus castelos,
Ódio que o persegue nos céus.

Quero a cega lembrança
Ao seu martírio a fim de mostrar-lhe
O que de mais valioso existe em seu trono.

(Ismael Júnior, ... ).

Caminho para uma longa noite

O encanto do entardecer pousa em seus olhos
E traz o enigma da noite
Mostrando todo seu poder e sua treva.
Do sonho que sobrevive e sobressai
Através do murmurar dos ventos - despercebidos outrora,

Arrasta contigo o grande desespero
De seres que guardam o desejo
De possuir seus cegos sentimentos
Inflamando a ferida - cruel e impetuosa.

A vida apenas lhe pertence - como um nada.

Busque o sonho do entardecer,
Espere a hora em que todo pesadelo se unirá
E conceberá, um só instante,
Aquele que sempre lhe perseguiu,
E hoje é fonte de desejo.
A noite é o jardim onde brotam todos eles.

( Ismael Júnior, ).

Ai, nós.

Que saudade esta minha,
Vêm da boca, cegas linhas.
Estes traços belos, amontoados,
De saudade a me bater.

Falta-me o teu cheiro.
Mesmo tão distante,
Grita-me a todo instante
De vontade de te ver!

O teu seio tão brilhante,
Tua boca tão errante,
Faz-me dos olhos tão distantes
Um fervor a me arder.

Essa lua tão cheia, sedosa,
Sempre cativa, tão charmosa,
Enfia-me a lembrança,
Leva a ti, exuberância.

E ao teu lado, choro !!!
Um choro de homens,
Por um beijo distante,
No rosto da lua.


( Ismael Júnior, 23/04/2005).

A natureza solitária

A solidão ainda lembra-me a natureza
Das coisas belas e únicas que sustentam
O movimento de um cérebro perdido de clareza.
Mas que encanta um pequeno mundo. E custam...
Custam a conhecer essa beleza tão clara,
Que no tempo mostra-se profundo, mesmo sem idade.

Passa o curto tempo de sua existência a procura
De uma humanidade tão às escuras para o que ele prescinde.
E ao mesmo tempo tenho os dias...
E vão passando sem ressentimento...
E quando se mostra loucura, a vida muda...

Ou muda-se a vida daquele que a procura,
Mesmo sem saber que a loucura paira.
Enxergo apenas as minhas calças rasgadas,
Minhas meias furadas, meus joelhos estremecidos
E um par de olhos dourados chorando por ternura.

(Ismael Júnior 08/04/2008).

A morte sem pretenção

Castigo a carne em nome da morte.
Juro piedade aos falsos corações.
E tão doloroso seja o sentimento
De glória ao teu nome.
Devasto as trevas para tua liberdade,
Escolho teu caminho para não mais escorregar.

E o que me resta na hora,
A não ser a palavra, para que possa
Ser compreendida e julgada
Pelos teus reflexos e desdobramentos?
Levanto-me agora para olhar-te
Com outros olhos...

Sonhar no meu caminho,
Perseguir teu inconsciente.
Invado teu corpo,
Miro em teus olhos, nada me fazes.
A dor que me transforma
Carrega minha sede de poder,

Enlouqueces a gana pela justiça
Que me fez pairar pelo injusto.
O fim da minha vida.
E com longos passos,
Caminharei ao teu lado,
Observarei tua própria sentença...

De vida ou morte.
Sem dor,
Sem motivo,
Sem pretensão.
(Ismael Júnior, ... ).

A febre

Para quem pode observar a desordem
Nos olhos que lidam com o poder
Na alegoria traidora dos que mentem
E tornam-se a lei.
Em que lhe serve a carne?
Para quem dar o sangue?

Alma é alma. Sangue,
Juro que não tem.

Há febre – devota, onde pode navegar
E enterrar os condenados,
Que com vida lhe negaram e pagaram com morte.
Louvores! Morte é o louvor dos santos,
E para os homens, resta-lhes
Provar da vida para saber rezar aos anjos.

Não caia da cruz com seu próprio esforço.
Se teme, não julgue.
Não despreze sua loucura por incompreensão.
O canto dos ares, a lágrima de sangue.
O falso saberá olhar. As portas fecharão e o segredo
Da história será entregue na sua penitência.



(Ismael Júnior, ...... ).

A Fera e a Flor.

Não choro mais tanto
Quanto as marafonas.
Tão frias e singelas
Em seu canto de dor,
Silêncio e amargura.

Cravadas em pleno sol,
Em lua e solidão.
Crescendo no veneno,
Na aurora do meu sentimento.

Tão triste e devasso sofro eu,
No esplendor da minha caverna
Negra como a noite,
Fria como o inverno
Medonho e devastador.

Meu corpo congelado
Exala a dor, o amor -
O silêncio denuncia -
E o cheiro da carniça,
Do pensamento eremita,
Do corpo na cripta.

Dos meus sonhos
Na terra das florezinhas,
Tão solitárias e amargas,
No peito, sobre o clima,

Tão fúnebres que os espinhos
Viram galhos, viram ninhos
Do pensamento e do sorriso.
Doloroso para você,
Prazeroso para mim.

Riscando a pele
De beleza escondida,
Que só na morte
Lhe serão carícias.


(Ismael Júnior, 30/06/05).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...