Para quem pode observar a desordem
Nos olhos que lidam com o poder
Na alegoria traidora dos que mentem
E tornam-se a lei.
Em que lhe serve a carne?
Para quem dar o sangue?
Alma é alma. Sangue,
Juro que não tem.
Há febre – devota, onde pode navegar
E enterrar os condenados,
Que com vida lhe negaram e pagaram com morte.
Louvores! Morte é o louvor dos santos,
E para os homens, resta-lhes
Provar da vida para saber rezar aos anjos.
Não caia da cruz com seu próprio esforço.
Se teme, não julgue.
Não despreze sua loucura por incompreensão.
O canto dos ares, a lágrima de sangue.
O falso saberá olhar. As portas fecharão e o segredo
Da história será entregue na sua penitência.
(Ismael Júnior, ...... ).
segunda-feira, 31 de maio de 2010
A Fera e a Flor.
Não choro mais tanto
Quanto as marafonas.
Tão frias e singelas
Em seu canto de dor,
Silêncio e amargura.
Cravadas em pleno sol,
Em lua e solidão.
Crescendo no veneno,
Na aurora do meu sentimento.
Tão triste e devasso sofro eu,
No esplendor da minha caverna
Negra como a noite,
Fria como o inverno
Medonho e devastador.
Meu corpo congelado
Exala a dor, o amor -
O silêncio denuncia -
E o cheiro da carniça,
Do pensamento eremita,
Do corpo na cripta.
Dos meus sonhos
Na terra das florezinhas,
Tão solitárias e amargas,
No peito, sobre o clima,
Tão fúnebres que os espinhos
Viram galhos, viram ninhos
Do pensamento e do sorriso.
Doloroso para você,
Prazeroso para mim.
Riscando a pele
De beleza escondida,
Que só na morte
Lhe serão carícias.
(Ismael Júnior, 30/06/05).
Quanto as marafonas.
Tão frias e singelas
Em seu canto de dor,
Silêncio e amargura.
Cravadas em pleno sol,
Em lua e solidão.
Crescendo no veneno,
Na aurora do meu sentimento.
Tão triste e devasso sofro eu,
No esplendor da minha caverna
Negra como a noite,
Fria como o inverno
Medonho e devastador.
Meu corpo congelado
Exala a dor, o amor -
O silêncio denuncia -
E o cheiro da carniça,
Do pensamento eremita,
Do corpo na cripta.
Dos meus sonhos
Na terra das florezinhas,
Tão solitárias e amargas,
No peito, sobre o clima,
Tão fúnebres que os espinhos
Viram galhos, viram ninhos
Do pensamento e do sorriso.
Doloroso para você,
Prazeroso para mim.
Riscando a pele
De beleza escondida,
Que só na morte
Lhe serão carícias.
(Ismael Júnior, 30/06/05).
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Lágrimas e solidão.
Meus olhos, mesmo cansados,
Não esquecem da ternura eloqüente.
Da beleza eternizada no semblante
Desta fera que desola confortado.
Sempre nua em distantes pensamentos.
Sempre lúcida da loucura que persegues.
Sempre cósmica em tuas vestes que te segues...
Sempre cética em meu berço de contentamentos.
Nunca corre dos meus olhos delirantes.
Nunca muda os teus gestos envolventes.
Nunca mentes as loucuras recitadas.
Quero sempre, nunca muda,
Sempre minha, nunca fujas,
Desta fera, sempre sua.
(Ismael Júnior, 07/12/2005).
Não esquecem da ternura eloqüente.
Da beleza eternizada no semblante
Desta fera que desola confortado.
Sempre nua em distantes pensamentos.
Sempre lúcida da loucura que persegues.
Sempre cósmica em tuas vestes que te segues...
Sempre cética em meu berço de contentamentos.
Nunca corre dos meus olhos delirantes.
Nunca muda os teus gestos envolventes.
Nunca mentes as loucuras recitadas.
Quero sempre, nunca muda,
Sempre minha, nunca fujas,
Desta fera, sempre sua.
(Ismael Júnior, 07/12/2005).
“Eu, droga...”
Sempre foram esses sonhos
Podres, loucos, traidores.
Sempre foram os meus medos,
Quase murmurados entre os meus dedos
Que sempre buscaram a sede do seu prazer.
Louco – sonhos ou eu? – mundo meu.
Parece com seus sonhos mudos, loucos.
E eu, como gelo, claro, frio; com medo:
Do sol,do dia,
Da noite e de você.
Eu sou forte. Eu lamento,
Eu choro, eu brigo. Eu, droga...
Feito bárbaro, feito bobo.
Podre como sóbrio, nu como mórbido.
Parem aquela música - seja dor, seja doença.
Eu não canto para o mundo,
Não sopro para o futuro.
Eu morri no seu pranto,
Eu vivi no seu espanto,
Eu tremi no seu gemido.
Você é trúcida, lúcida,
É verdadeira, mente quase derradeira.
Resta a mim apreciar a saliva,
Beijar a terra e viver na minha cripta.
(Ismael Júnior, 21/04/05)
Podres, loucos, traidores.
Sempre foram os meus medos,
Quase murmurados entre os meus dedos
Que sempre buscaram a sede do seu prazer.
Louco – sonhos ou eu? – mundo meu.
Parece com seus sonhos mudos, loucos.
E eu, como gelo, claro, frio; com medo:
Do sol,do dia,
Da noite e de você.
Eu sou forte. Eu lamento,
Eu choro, eu brigo. Eu, droga...
Feito bárbaro, feito bobo.
Podre como sóbrio, nu como mórbido.
Parem aquela música - seja dor, seja doença.
Eu não canto para o mundo,
Não sopro para o futuro.
Eu morri no seu pranto,
Eu vivi no seu espanto,
Eu tremi no seu gemido.
Você é trúcida, lúcida,
É verdadeira, mente quase derradeira.
Resta a mim apreciar a saliva,
Beijar a terra e viver na minha cripta.
(Ismael Júnior, 21/04/05)
E um dia, veio Sônia...
Pareceu-me tão singela, branda, endeusada.
Pareceu-me tão isolada e mergulhada na estrada.
Parecia tão cravada no seu trato, no seu pacto.
Pareciam recitados - os teus traços por canção bela e gótica.
Apareci pensando em um pouco de acaso.
Aprofundei-me imaginando ser apenas cansaço,
E depois me deparei com a meiguice e o contato.
Fiquei triste, louco, enganado e alegre por ser algo.
Não por completo, mas por contemplado.
Sabendo que aquele olhar, em meu mundo abstrato,
Tornaria-se a maior paixão do meu corvário.
Trouxe de tudo, aquele profundo gosto.
O meu empoeirado mausoléu
Fechou de vez o nosso espaço.
(Ismael Júnior, 12/08/05).
Pareceu-me tão isolada e mergulhada na estrada.
Parecia tão cravada no seu trato, no seu pacto.
Pareciam recitados - os teus traços por canção bela e gótica.
Apareci pensando em um pouco de acaso.
Aprofundei-me imaginando ser apenas cansaço,
E depois me deparei com a meiguice e o contato.
Fiquei triste, louco, enganado e alegre por ser algo.
Não por completo, mas por contemplado.
Sabendo que aquele olhar, em meu mundo abstrato,
Tornaria-se a maior paixão do meu corvário.
Trouxe de tudo, aquele profundo gosto.
O meu empoeirado mausoléu
Fechou de vez o nosso espaço.
(Ismael Júnior, 12/08/05).
Lúgubre
Pareces com a voz do passado, respondendo
Preces do canto escuro dos meus olhos.
Procuras coisas, pessoas, defuntos atentos
Nas mordidas dos bichos devorando o espírito
Manchado de negro. Os teus desejos enterrados
Entre flores, lamentos, ironias, blasfêmias. Oculto!
Na noite, respondes feito loba
Às minhas dores surdas nas paredes dessa tumba.
Cala meus sentidos, veste meus inimigos
Com cal, cimento, calúnia e silêncio.
Não te vejo morder as palavras que na vida
Alimentaram minha alma, cobriram gestos
E fecharam a boca roxa, rachada e amordaçada.
Deitei-me para ti. Com olhos fechados, contemplo
O tempo, o esquecimento dos teus olhos.
Colherei mais sonhos, apreciarei atormentado,
Em tuas lágrimas, teus belos traços
- As curvas do teu rosto, tua boca sedutora.
E, em teu olhar sugestivo,
Mergulharei na terra para ser esquecido.
(Ismael Júnior, 13/09/2005).
Preces do canto escuro dos meus olhos.
Procuras coisas, pessoas, defuntos atentos
Nas mordidas dos bichos devorando o espírito
Manchado de negro. Os teus desejos enterrados
Entre flores, lamentos, ironias, blasfêmias. Oculto!
Na noite, respondes feito loba
Às minhas dores surdas nas paredes dessa tumba.
Cala meus sentidos, veste meus inimigos
Com cal, cimento, calúnia e silêncio.
Não te vejo morder as palavras que na vida
Alimentaram minha alma, cobriram gestos
E fecharam a boca roxa, rachada e amordaçada.
Deitei-me para ti. Com olhos fechados, contemplo
O tempo, o esquecimento dos teus olhos.
Colherei mais sonhos, apreciarei atormentado,
Em tuas lágrimas, teus belos traços
- As curvas do teu rosto, tua boca sedutora.
E, em teu olhar sugestivo,
Mergulharei na terra para ser esquecido.
(Ismael Júnior, 13/09/2005).
Se o meu amor cantasse...
Se o meu amor cantasse, e me fizesse chorar...
Se o meu amor chorasse, e me fizesse lamentar...
Se o meu amor sentisse, e me deixasse de lado...
Se o meu amor deitasse, e me deixasse aquecido...
Me fazendo solitário, se o meu amor fugisse...
Me deixasse amordaçado, se o meu amor chorasse...
Me trazendo esperança, se o meu amor sentisse...
Me levando desespero, se o meu amor despertasse...
Se cantasse e fizesse-me chorar...
Se chorasse e fizesse-me lembrar...
Se sentisse e deixasse-me de lado...
Seria um morto disfarçado pela doença.
Teria a vida acabada pela noite e a bebida.
Mendigaria entre a inexperiência e a covardia.
Agradeceria ao amor por me manter apaixonado.
Viajaria por todo o deserto infinito...
Passaria da miserável caretice à rebeldia.
Então, chamaria o amor e mostraria o meu vício:
A sofreguidão das noites e dos meus dias.
(Ismael Júnior, 02/08/05 ).
Se o meu amor chorasse, e me fizesse lamentar...
Se o meu amor sentisse, e me deixasse de lado...
Se o meu amor deitasse, e me deixasse aquecido...
Me fazendo solitário, se o meu amor fugisse...
Me deixasse amordaçado, se o meu amor chorasse...
Me trazendo esperança, se o meu amor sentisse...
Me levando desespero, se o meu amor despertasse...
Se cantasse e fizesse-me chorar...
Se chorasse e fizesse-me lembrar...
Se sentisse e deixasse-me de lado...
Seria um morto disfarçado pela doença.
Teria a vida acabada pela noite e a bebida.
Mendigaria entre a inexperiência e a covardia.
Agradeceria ao amor por me manter apaixonado.
Viajaria por todo o deserto infinito...
Passaria da miserável caretice à rebeldia.
Então, chamaria o amor e mostraria o meu vício:
A sofreguidão das noites e dos meus dias.
(Ismael Júnior, 02/08/05 ).
Assinar:
Postagens (Atom)
A procura da poesia lisérgica.
E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...
-
E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...
-
Ontem, junto ao mar fui lançado para um sonho E no som das pedras que o mar abraçava Encantei-me com a beleza de uma linda ...
-
Devora-me oh sopro da aurora, Não me cansas vê-la tão próxima. Com serpentes, com correntes, Solitária como nossa mente. De dormente o ...