Pareces com a voz do passado, respondendo
Preces do canto escuro dos meus olhos.
Procuras coisas, pessoas, defuntos atentos
Nas mordidas dos bichos devorando o espírito
Manchado de negro. Os teus desejos enterrados
Entre flores, lamentos, ironias, blasfêmias. Oculto!
Na noite, respondes feito loba
Às minhas dores surdas nas paredes dessa tumba.
Cala meus sentidos, veste meus inimigos
Com cal, cimento, calúnia e silêncio.
Não te vejo morder as palavras que na vida
Alimentaram minha alma, cobriram gestos
E fecharam a boca roxa, rachada e amordaçada.
Deitei-me para ti. Com olhos fechados, contemplo
O tempo, o esquecimento dos teus olhos.
Colherei mais sonhos, apreciarei atormentado,
Em tuas lágrimas, teus belos traços
- As curvas do teu rosto, tua boca sedutora.
E, em teu olhar sugestivo,
Mergulharei na terra para ser esquecido.
(Ismael Júnior, 13/09/2005).
quarta-feira, 27 de maio de 2009
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A procura da poesia lisérgica.
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