Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sou apenas aquilo que imaginas estar morto.


Nunca digo o que vejo em teus olhos,
Nunca digo o que sonho em teus ombros.
Nunca tenta deter o germe que assola.
Nunca tenta, sem palavras, desalmá-lo.

Nunca fuja para a áurea, agora plana.
Nunca muda para a fronte que imagino.
Nunca tenta deter o profundo desejo.
Nunca revela o gosto por meu ser.

Nunca reconhece a desgraça como fim.
Nunca muda para mim. Feiticeira.
Nunca tenta ser aquela. Pela ignorância.

Sou um pequeno monstro que adora estrelas.
Sou um pequeno rio apaixonado pelo escuro.
Sou os teus olhos negros que enxerga a noite.
Sou apenas aquilo que imaginas estar morto.

... E da maneira com a qual abraço a solidão.


Seria apenas mais uma forma de afundar-me
Em pequenos sonhos ortodoxos, desrelevantes.
Que consideram o meu pensar uma fonte vaga
Sobre tudo que penso; tudo que sinto;
Surto sombrio que apenas afundo.
Mergulho e paro de sentir. Forjado de ouro,
De tolo, de coisas atraentes...

E isso pragueja na boca quando pretendo alertar
Os olhos que tateiam o pequeno espaço que demonstro
Do lugar. Coisa por coisa, parte por parte...
E vou tentando... tentando... tentando... o medo submerge...
O corpo não parece molhado; a cabeça não parece confusa;
Mas o brilho da esperança demonstra
Que aqui jaz o sentimento que prego.
O orgulho que humilha; a semente solitária; o convexo do absurdo.

Sujo, eu sonho; sonho com fome de defunto – a matéria que imagino.
E quando crio a verdade que poderia salvar-me
O mundo muda tanto quanto a sombra que abastece o frio
Na ausência da luz. E morrendo vou...
Mas quem não irá? Prefiro eu ao meu mundo!
Prefiro tudo ao meu pensamento sórdido!
Prefiro a discórdia. Pois sois a comunhão da igualdade
E da desilusão. Do sonho; do segredo
E da maneira com a qual abraço a solidão!

O pulsar das dores cegas

Quero ter calor suficiente para quebrar
O gelo do coração adormecido pelo terror.
Da parada poética que comanda
A razão de estar preso a crateras
 Profundas na terra do fim de tudo.

Onde o medo domina, e fecha
As portas onde a luz o gelo não alcança.
E quando imagino a terra fria
O pensamente penumbra, sente o arrepio
Da tristeza profunda na obscuridade.

Da mente surda servindo a vida
Onde apenas a trevas concilia a dor
E a amargura. Onde o escuro apenas guia
O lamentar dos olhos que, nem lágrimas,
Afunda suas pálpebras, pois, nas bordas
Nem pêlos vivem! Não há sombra.

E corremos para a metade encantadora.
O pulsar das dores cegas...

Essas sim mostram, realmente,
O caminho para a descoberta
Desses velhos pormenores que gritam
A todo instante. Agonizando
O corvário e a caverna onde brota
As lágrimas da solidão. A dor da escravidão!

 A fúria da rebeldia! A cor da discórdia!
A luz da ilusão! A cor da depressão
E a claridade dos olhos mortos.

Paro para ver as estátuas expressar...

Paro para ver as estátuas expressar
O olhar gelado que confunde o coração.
Que abandonado no peito, petrificado,
Gela tanto quanto os olhos dela - Tão fria; tão morta.

Oh medo! fuja desse olhar gelado que me persegues.
Não tenhas por testemunha essa torrente de caos.
Entre os passos que a cada dia afasta-te de mim.
Meu deus, que medo... esse verme idolatrado
Que tenta invadir o vazio do ser abandonado por ti.

E o que terá de volta desses pequenos gemidos?
Os olhos tremem tanto ao ver que o amor
Vindo de tão distante morre próximo de mim.
E porque tenho tanto medo de afundar
Nisso que em pouco tempo foi destruição do mundo?

Quero apenas agora chorar, e junto com as estátuas
Mergulhar na frieza da solidão e do esquecimento.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Solto ao vento corro eu, junto às pétalas.




Às vezes desespero, outras tantas suicido,
Quase sempre enlouqueço, queira eu iludido.
Com olhos chafalhão, cênicos e desiludidos.
Coisa minha essa desgraça, esse chafurdo.

Eu! empoeirado pelo tempo – triste feito espinho.
Seco como a rosa murcha, morta e sem textura.
Que a beleza arremessou na areia para o fim do ninho.
Sem forma, nem cheiro, sem força nem fervura.

Solto ao vento corro eu, junto às pétalas.
Mancho meus pés de selva, de trevas, de ura.
Para sempre enrrustido no penitente das brenhas.

Que não vê a lua com beleza; Fadas com angústia.
Molha os jardins dos campos com lágrimas,
Germinando sonhos e traz da terra ignorância.

                          
                               

domingo, 10 de abril de 2011

Vivo desejando o silencio que nossos corpos provocam...


Penso em coisas tão distante quando a vejo...
Lembro de frases cortantes que lembra a vida...
Desejo tudo quanto posso desvendar de ti.
E quando imagino que aos prantos minha
Bela criatura vai guiando essa loucura
A frase bela que posso te mostrar está
A beira da loucura que penso afundar
E nas profundezas disso que imagino ser
O encontro com a poesia quer mais
É trazer daquela profundeza...

O sorriso mesmo em palavras tristes.
Consigo sonhar em beleza única
Transformadora, impulsionadora, tentadora,
Louca! Algo que deixa trêmulo minha grandeza.
E onde vejo que em ti sim, és o sumo do servo,
Do tudo! Tudo aquilo que imagino sendo o meu eu.
Mas todos os homens são tolos! Não vêem
Nas lágrimas à distância; no sonho o desprezo
E continua imaginando a solidão como um abandono.
Que loucura insana. Queria ter o amor ao meu lado agora
E sabe o que faria desse silêncio? O acompanhamento
Mais perfeito para celebrar paixão a qual choro,
A qual canto, a qual desejo, e mesmo sendo tolo

Vivo!!!

Vivo desejando o silêncio que nossos corpos provocam
Quando na aurora tudo vem se renovar...
Um novo dia, um novo mundo, um novo sopro,
Um novo medo, um novo pensamento...
Mas o mesmo amor... Você!
                                                         

Velho, velhice, e voce...

Qual verdade devo conservar para estrilar
O tipo de depressão os horríveis olhos
Que não temem o estrepito dos exórdios?
Faz presente o gemido de orgulho que sinto carregar.
           
Pelos ventos do fundo do mar...
Pelos sopros das pálpebras a chorar...
Pelos cacos de vidro nos olhos derramar...
Pelos poucos degraus a pendurar...

Este suave veneno despertado para dentro
Do meu bulbo ou do seu sofrimento.
Selo este amargo desejo cego.

Vejo a verdade com olhos cinzentos,
Diz a mim: as velhices desse corpo
São facas, correntes, que teu peito conserva.

(Ismael Júnior, 08/02/06).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...