Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

domingo, 10 de abril de 2011

Olhos para o infinito.

Ele sempre esteve lá,
Aquele espaço vivido
Por aqueles que tanto amavam
E brotou da mais bela
Das grandezas desse mundo.

Soube passar
Por todas essas mudanças.

Hoje ele sabe; no entanto,
Afundou em seu próprio desejo.
Subiu as escadas,
Olhou todo o horizonte,
Presenciou a grandeza do universo.

Aproximou-se. E, à janela,
Desejou muito mais
Que tinha em vista.
Hoje, possui a eterna vida.

(Ismael Júnior, 1996).

Obscuramente contente.


Esse grito tão profundo,
Esse medo tão intenso,
Esse gesto tão ardente,
Esses olhos tão ausentes...

Essa dor contundente,
Essa gente tão contente.
Meu olhar tão distante,
Meu prazer tão delinqüente...

Minha vida derramante,
Meu pensar tão pungente.
Essa dor negligente,
Meu querer obssecante...

Meu olhar onipotente.
Esse traste de gente,
Essa suspensão da mente.
O meu verde quase demente...

Quero o meu dever de criatura,
O meu tédio de ignorante,
A minha dor descontente,
A minha música parcialmente

Tocada em lábios aparentes
De versos submissos,
Dos meus pêlos suspirantes.

Mais uma vez


A minha música
Contempla o que
Obscuramente
Deixa-me contente.

(Ismael Júnior, 21/04/05)

O sorriso e o medo.

Se do sangue a gente vive,
Da dor caminhamos por nossos sentimentos.
Quando o sorriso provoca luz
Traz a meus olhos o abandono do meu sonho.

A tristeza que abala sua reluzência
Cria no mundo o medo, o sofrimento.
Não vejo nuvens
No sonho que dilata o meu ser.

Da estrada que vestes
Assombra minha existência.
Do triste mundo que vives
Arrasta-me pela ventania – sopros cortantes
Que dominam o meu medo.

Não conheço a morte, não te conheço.
 Que sentimento eu teria
Se deprimíssemos do mesmo pesadelo?

(Ismael Júnior, 1998).

O morbido e triste eu...

Como posso dizer ao amor
O sopro de dor que no coração carrego?
Moribundo, arrastado, nesse corpo devorador.
Marchando para a morte – o aconchego.

Não quero mais em teus olhos ver jorrar
Lágrimas que te feri; sonhos a te quebrar.
Noites acesas; o teu corpo cansar.
Enxergar algo ruim vindo me derrotar.

Aprendi quanto o teu beijo desejo.
Quanto o teu cheiro me enfeitiça.
Quanto o meu peito clama, Rainha!

Perdoe-me pelos erros, tão embriagados.
Perdoe-me por não dizer o que há em meu coração.
Perdoe-me por não ter expressado, de certo, a minha paixão.

(Ismael Júnior, 08/11/2005).

O meu amor...

Lá está: Ela, que paira no ar,
Como um núcleo de tristeza,
Visita o nada para não deixar lágrimas
Junto a seu rastro.

Murmura ao ouvido do mundo,
Pois é dele todo o seu ardor,
E onde se esconde toda aquela beleza
Inconfundível.

Nada entende sobre vida,
Vive apenas a quem lhe imagina
E passeia ao seu lado

Mostrando-lhe a noite,
Sonhando com o amanhã
E despedindo-se do dia.

(Ismael Júnior, 2006).

O medo...


A voz cala-se, o tempo pára,
A mão gela, a terra vira treva.
A dor cresce e revela...
A lembrança varre a selva.

Mais e mais vem ao consumo,

Traz a mim o doce lírio;
Deixa a paz, deixa o espinho.
Que doença! Mata com demência...

Mata o homem, mata a essência
Mais selvagem que atormenta
O suor da face fria.

Sem pensar, o medo com seu belo sopro,
Chega como um escárnio
Deixando-me transtornado.

(Ismael Júnior, 22/06/05).

O inicio do fim.

E o meu mundo começa
Em minha morte, no pior momento,
Em meus pesadelos, no jardim...
Com o funeral e o vinho.

Com o pensamento... no sétimo dia,
O maior dos alegres, dos revólveres.
Da arma que da pele exala
O doce sabor da pétala.

Traz do chão, a carcaça,
Dos bichos, a fumaça;
E dos ares, a desgraça.

Então volto à vida,
Trago o ódio, a dor, a ferida
Que em mim não cicatriza.

(Ismael Júnior, 20/07/05).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...