Esse grito tão profundo,
Esse medo tão intenso,
Esse gesto tão ardente,
Esses olhos tão ausentes...
Essa dor contundente,
Essa gente tão contente.
Meu olhar tão distante,
Meu prazer tão delinqüente...
Minha vida derramante,
Meu pensar tão pungente.
Essa dor negligente,
Meu querer obssecante...
Meu olhar onipotente.
Esse traste de gente,
Essa suspensão da mente.
O meu verde quase demente...
Quero o meu dever de criatura,
O meu tédio de ignorante,
A minha dor descontente,
A minha música parcialmente
Tocada em lábios aparentes
De versos submissos,
Dos meus pêlos suspirantes.
Mais uma vez
A minha música
Contempla o que
Obscuramente
Deixa-me contente.
(Ismael Júnior, 21/04/05)
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