Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

domingo, 10 de abril de 2011

Uma triste lembranca...

Eu sempre quis tê-la nas mãos.
Aberta, o coração ao vento, céptico,
Murmurando para nadar na dor do chasco.
Sua branca pele, feito neve ou paliação?

Veio o destino e nos trouxe ao acaso,
Fez da vida mais que simples devaneios
E levou para um longo e gélido passeio
Entre nuvens – suspensas no desvalioso.

Segui viagem feito cego, destemido!
Senti sussurros e gemidos, cânticos
Entristecidos, boca aberta, madrigal.

Destoante para o orvalho, eu, na noite exalo
Uma triste lembrança de tempos esquecidos.
Que da vida leva dor, saudade e desafios.

(Ismael Júnior, 07/12/2005).

Tudo tao real...

Para a liberdade atingir o homem
E se criar o espelho das almas,
Alcançando as paredes do desejo,
Amargando a solidão da alma.

Trazendo da noite, a vida;
Das trevas, o vigor;
Das sombras, a clareza
Para todo pecado e toda dor.

Parece-me que tudo se transformou,
Voltei a sonhar com anjos – talvez demônios -
Parei para pensar na dor
Da minha alma arrancada
Por uma simples palavra.

Da navalha, ao sangue;
Da queda, à dor;
Do sono, à morte;
Da morte, ao esquecimento.

(Ismael Júnior, 14/03/03).

Triste fim...

A terra sobre o mundo é o que vemos.
 O mundo é louco, pardo pela pele,
Negro como a noite, triste como eu.
Simples carne humana, fraca mente insana.

Mundo louco; mudo veste-se para seu fim.
Majestosa és a vida.
Por fiasco, és por um deus,
Sábio como eu.

Membro transtornado, vasto pelo amargo,
Cru pelo apelo.
Somos a ilusão, a febre da alma.

Somos a carne em teu pútrido estado.
Por que mentes?
Teus olhos não te dizem?

(Ismael Júnior, agosto 1998).

Tudo que nos versos passamos...

Apesar de sermos tão distantes,
A solidão consegue nos atrair,
Fazendo-se dizimar,
Tornando-se morrediço...

Tudo que nos versos passamos,
Para cada um, proclamássemos
A verdade do que há de vir.

Te amo tanto quanto as algas amam o mar;
Te vejo tanto quanto os meus olhos,
Por pura inocência, enxerga o luar.

E quando a lua cheia me deixa a pensar,
Não sei o porquê mas continuo a rezar
Por todas as noites da lua; esse belo olhar...

Venha fazer parte, não da minha vida,
Mas da eternidade da alma!Venha enxergar
A quão bela és. O olhar; o falar; o calar.

E tudo vire pedra, quando a tua linda poesia
O coração encantar!Assim poderemos a tudo tocar,
Sem esperar noite, dia, ou estação para ele brotar.

(Ismael Júnior, 19/06/08).

Sonhos opostos.

Quando a luz invade o ocasional
Transforma a nudez do espírito num longo caminho.
A entrada de uma passagem rodeada de inesperado,
Transborda de ânsia para o sonho invadir
Grande espaço vazio, oriundo e fantástico.

Não existe direção para as trevas; não existe
Pensamento que ultrapasse a meretriz das loucuras.
Imaginou-se algo doentio,
Nunca outrora observado
Por nenhuma criatura perpetuada neste universo.

Uma grandeza - que beira inferno e luz -
Nunca vista antes,
Ao menos vivida, por algum de nós.
Desenrola-se em opostos
E controvérsias dos nossos sonhos.

(Ismael Júnior, 1996).

Sofro, sinto, padeco, cego, morro.


A Lua cobre minha tristeza, e descobre minha alma.
Sofro, sinto, padeço, cego, morro.
Esconde o rosto por semanas e não vejo seu brilho.
Tem na mão o que de belo planto na escuridão.

Não deixarei esta grande lua me devorar.
Sinto nas noites o que meus olhos ainda hão de enxergar.
Um grito lírico que saliva irei gastar.
Seja por desejo, seja por delírio ao te encontrar.

Enterrar-me-ei nas noites sem ti; nas trevas,
Não poderei ir. Quero da tua lucidez degustar;
Da beleza, apreciar; e da distancia, delirar

Nos braços bravos seguros pelos cantos.
Mesmo sem acalanto, rezo para em meu pranto
Enxergar a luz que nas noites segue a me olhar.

(Ismael Júnior, 13/08/2005).

Sim, sou eu...

Surgindo daquele mundo nada pode ser tão singular
Quanto a passagem pelo esquecimento -
Desprezo voluntário.

A dor, congelada em seu peito,
Distingue aflições
Pelo ardor da nostalgia.
O sonho se transforma em pesadelo
E desfila pelo labirinto da solidão.

O medo que carrega, leva-o a
Buscar caminhos mal entendidos e
O segredo violado existente em seu peito -
Contorce todas as pedras da construção
Desse mundo acabado.

Se soubesse,
Não cairía nos braços da tristeza,
Viveria nas praias do esquecimento
Buscando a entrada para o castelo
De gelo, perdido em seu peito
No último dia do contentamento
Da verdadeira aflição corrente em seu corpo.

Talvez fosse singelo. Puro acaso.
Não sabe a diferença de ser ou não?
Sempre quis nuvens, alturas, lagos profundos
E mortos; agora, nada é tão morto
Quanto o seu próprio olhar.

(Ismael Júnior, 1998).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...