Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

domingo, 10 de abril de 2011

E tudo aquilo que desejo no seu sono.

Não quero ser apenas aquele, que interno,
Mostra a lastima do sentimento tramposo;
Antes que o mundo pudesse trazer o noturno;
Certo que a lágrima era um pequeno tumulto.

De sonho, desejo; ou algo que talvez você não interprete
Da mesma forma que poderia ter um destino sôfrego.
E quando pensava, vinha um terno pecado valetudinário.
A lucidez mostra-lhe a loucura do belo dedo errante.

Corro! Morro! De prélio, de murmúrio,
Na beira do corvário, pois sei que morrerei
Antes mesmo que imagine o pequeno talho.

Aí, o sangue; a dor; o medo; o Tântalo.
A carne que a saliva não enflora.
É tudo aquilo que desejo no seu sono.

(Ismael Júnior, 23/09/08).

E que chorem os homens; os esfomeados.

Terei sono diante da morte...
Terei medo da dor demente...
Terei o vinho como meu consolo,
E a voz do meu amor como sopro

De saudade, de maldade sobre o sono.
De desdém com o sopro, endemoniado,
Feito cão ao ódio dominado, querendo
Morder a carne como o esfomeado.

Devoraria a vida por querer ser rei.
Morderia o seio feito brumas, eu sei.
Mas não quero a vida. Que adorno...
Que sufoco. Sou mortiço, sou soprano.

E nos seus ouvidos solto o canto
Das verozes aventuras desse coração,
Duro feito santo, morto à danação...
E mais cedo que o entardecer, o pranto...

Há mais cegueira que carniça – carcaça,
Há mais fome, mais desgraça - descrença.
Há mais ódio que mentiras. E na carência
Há tanta briga, feitiço, desgraça e ignorância

Nessa terra santa de tanta abominância
Faz comer da nossa destruição e extravagância.
A sede de maldade, solta na loucura da droga,
Da cachaça, na conversa engraçada do vizinho.

Mais um morto que à sua calçada
Vomita sua longa farsa, de perdido,
De bonito compasso, de coração desenhado
Feito choro de criança, feito sentimento violado.

Pela dor da sua palavra, antes dita por desgraça
Agora agita a mordaça, o paiol e a macabra
Criatura, deturpada, desvairada, obrigada à dança,
Ao moribundo canto. Balanço da sua última escultura.

Sendo assim, vou matar essa criatura sedentária,
Com seu punho de coragem, derramando o seu sangue
Nessa minha desgraça, arrastando-a solitária
Para a sepultura, o escuro, os escombros dessa muralha.

E que chorem os homens, os esfomeados.
Os pobres, que pelo asfalto, não provam o meu encanto.
Doce vida de um pequeno depressivo, odioso, desconfortado
No obscuro teto das estrelas, por todos esquecidos e humilhados.

(Ismael Júnior, 24/07/05).

E amo assim mesmo, de coracao; de odio.

Que amor cheio de desengano.
Não imagino o quanto ele sofre.
Um coração tão pequeno para
Um amor tão intenso; ermo.

Uma ilusão de vida junto
Com um colapso de juviedade.
Isso é tão grande e você tão linda
Mas não cabe no espaço eloqüente

Desse meu ciúme tão desvairado; irado.
E fico pensando como poderia
Eu fazer tanta força de amar.

Amor ingrato, amor traidor,
Amor mentiroso, amor inspirador.
E amo assim mesmo, de coração; de ódio.

(Ismael Júnior, 17/06/08).

sábado, 9 de abril de 2011

Como se...

Como se o tempo elevasse a tristeza.
Como se a luz escondesse o falante.
Como se a chama recortasse a beleza.
Como se a vida formasse em ganglionite.
.
E tudo continuaria místico,
O tempo, a luz, a chama, a vida.
Sem face, sem laços, sem prognóstico.
E todos se transformassem em homicidas.
.
Como se os olhos estivessem enganados.
Como se as velas queimassem sem chorar.
Como as noites em horrendos fados.
Como as estrelas que não param de hospedar.

Eu teria tudo para contemplar, a seiva,
O rosto, o entardecer.
Mas tu, ficara turva,
Como se eu estivesse a crer
Que não mais lhe sentiria.

(Ismael Júnior, 20/08/98).

A petulancia dos que aparentam...

A petulância dos que aparentam
Ver na dor a raiva, sem semelhança;
Aquela figura que os brejos encanta;
Fazendo lanças para a armadilha da lembrança.

Sem temer o sombrio, mesmo triste,
Fervendo a maldita casca da mortalha
Quase seca no olhar dos homens. Fizeste
Iludir a parte da mordaça que entalha.

Mesmo estando morto, mesmo sendo fraco.
Mesmo sem o gosto, fujo do acaso.
Que não mintas mais ao olho; ao passado.

Sem a consciência oh pobre criatura!
O que será dos teus passos lentos
Que a minha grande loucura buscará ao vento?

(Ismael Júnior, 11/07/2006).

A pedra fria.

A tristeza... bela pedra de gesso.
Lembra meu coração, tão frio; duro;
Louco para oferecer-lhe esta pequena lápide.
Marca a vida que a nós nunca expresso.

Prefiro a morte a este engraçado
Sentimento entalhado nesta parede de saudade.
Canalizado em teus labirintos palavras de maldade.
Chorar, e não perder este imenso teto fado.

Em meus olhos – teus lábios bêbados,
De sangue e paixão que o coração enxerga.
O imenso negro das florestas e das noites

Refloresce no jardim do meu desvelo.
Ofereço-lhe o maior presente sórdido,
Meu coração em pedra para teu castelo entristecer.

(Ismael Júnior, 08/02/2006).

Solto ao vento corro eu, junto as petalas!


Às vezes desespero, outras tantas suicido;
Quase sempre enlouqueço, queira eu iludido.
Com olhos chafalhão, cênicos e desiludidos.
Coisa minha essa desgraça, esse chafurdo.
           
Eu! Empoeirado pelo tempo – triste feito espinho.
Seco como a rosa murcha, morta e sem textura
Que a beleza arremessou na areia para o fim do ninho.
Sem forma, nem cheiro, sem força nem fervura.

Solto ao vento corro eu, junto às pétalas.
Mancho meus pés de selva, de trevas, de ura.
Para sempre enrrustido no penitente das brenhas.

Que não vê a lua com beleza; Fadas com angústia.
Molha os jardins dos campos com lágrimas,
Germinando sonhos e traz da terra ignorância.

 (Ismael Júnior, 1998).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...