Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Hoje, não mais que hoje...


Hoje, mais do que qualquer outro dia
Meu coração chora, e chora, e despedaça-se
Fazendo das letras as lágrimas derramadas
E as palavras tentando amortecer a agonia.

Hoje, não mais que hoje, sinto o peso
Daquele desejo que me fez temer o amor
E que me jogou mais uma vez a indulgência.

Encantado pela existência que não mais revela
Descubro a razão pela qual ainda insisto,
Mesmo sabendo da cegueira de nossos atos,
Em amar tão intensamente e inépciamente.

Agora, a mão que ao toque sempre cedeu
Continua dormente pela sensação de indigência.
E o coração bate, bate, e bate. E sofre...
E grita, e entristece. Mas vive.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quanto cego talvez seja eu...


Quanto cego talvez seja eu...
Verme qualificado de desgraça
Perante o mau dizer das carcaças
Que nada tem a temer da terra.

E nada a lamentar da desgraça
Mesmo com pútrido ambiente
Não deixa de ser o mesmo canalha.
Diante da morte ou da mordaça.

Perante o insulto ou diante da faca.
E mesmo perdido na morte
Não trago no coração a falta.
De ódio, de vingança e de trapaça.

Onde posso tudo! Como no sonho
Que encarrega de dizer o que passa
Na tua vida, na minha lembrança
E na caminhada para a esperança
De algo triste que a vida sempre afronta.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sou apenas aquilo que imaginas estar morto.


Nunca digo o que vejo em teus olhos,
Nunca digo o que sonho em teus ombros.
Nunca tenta deter o germe que assola.
Nunca tenta, sem palavras, desalmá-lo.

Nunca fuja para a áurea, agora plana.
Nunca muda para a fronte que imagino.
Nunca tenta deter o profundo desejo.
Nunca revela o gosto por meu ser.

Nunca reconhece a desgraça como fim.
Nunca muda para mim. Feiticeira.
Nunca tenta ser aquela. Pela ignorância.

Sou um pequeno monstro que adora estrelas.
Sou um pequeno rio apaixonado pelo escuro.
Sou os teus olhos negros que enxerga a noite.
Sou apenas aquilo que imaginas estar morto.

... E da maneira com a qual abraço a solidão.


Seria apenas mais uma forma de afundar-me
Em pequenos sonhos ortodoxos, desrelevantes.
Que consideram o meu pensar uma fonte vaga
Sobre tudo que penso; tudo que sinto;
Surto sombrio que apenas afundo.
Mergulho e paro de sentir. Forjado de ouro,
De tolo, de coisas atraentes...

E isso pragueja na boca quando pretendo alertar
Os olhos que tateiam o pequeno espaço que demonstro
Do lugar. Coisa por coisa, parte por parte...
E vou tentando... tentando... tentando... o medo submerge...
O corpo não parece molhado; a cabeça não parece confusa;
Mas o brilho da esperança demonstra
Que aqui jaz o sentimento que prego.
O orgulho que humilha; a semente solitária; o convexo do absurdo.

Sujo, eu sonho; sonho com fome de defunto – a matéria que imagino.
E quando crio a verdade que poderia salvar-me
O mundo muda tanto quanto a sombra que abastece o frio
Na ausência da luz. E morrendo vou...
Mas quem não irá? Prefiro eu ao meu mundo!
Prefiro tudo ao meu pensamento sórdido!
Prefiro a discórdia. Pois sois a comunhão da igualdade
E da desilusão. Do sonho; do segredo
E da maneira com a qual abraço a solidão!

O pulsar das dores cegas

Quero ter calor suficiente para quebrar
O gelo do coração adormecido pelo terror.
Da parada poética que comanda
A razão de estar preso a crateras
 Profundas na terra do fim de tudo.

Onde o medo domina, e fecha
As portas onde a luz o gelo não alcança.
E quando imagino a terra fria
O pensamente penumbra, sente o arrepio
Da tristeza profunda na obscuridade.

Da mente surda servindo a vida
Onde apenas a trevas concilia a dor
E a amargura. Onde o escuro apenas guia
O lamentar dos olhos que, nem lágrimas,
Afunda suas pálpebras, pois, nas bordas
Nem pêlos vivem! Não há sombra.

E corremos para a metade encantadora.
O pulsar das dores cegas...

Essas sim mostram, realmente,
O caminho para a descoberta
Desses velhos pormenores que gritam
A todo instante. Agonizando
O corvário e a caverna onde brota
As lágrimas da solidão. A dor da escravidão!

 A fúria da rebeldia! A cor da discórdia!
A luz da ilusão! A cor da depressão
E a claridade dos olhos mortos.

Paro para ver as estátuas expressar...

Paro para ver as estátuas expressar
O olhar gelado que confunde o coração.
Que abandonado no peito, petrificado,
Gela tanto quanto os olhos dela - Tão fria; tão morta.

Oh medo! fuja desse olhar gelado que me persegues.
Não tenhas por testemunha essa torrente de caos.
Entre os passos que a cada dia afasta-te de mim.
Meu deus, que medo... esse verme idolatrado
Que tenta invadir o vazio do ser abandonado por ti.

E o que terá de volta desses pequenos gemidos?
Os olhos tremem tanto ao ver que o amor
Vindo de tão distante morre próximo de mim.
E porque tenho tanto medo de afundar
Nisso que em pouco tempo foi destruição do mundo?

Quero apenas agora chorar, e junto com as estátuas
Mergulhar na frieza da solidão e do esquecimento.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Solto ao vento corro eu, junto às pétalas.




Às vezes desespero, outras tantas suicido,
Quase sempre enlouqueço, queira eu iludido.
Com olhos chafalhão, cênicos e desiludidos.
Coisa minha essa desgraça, esse chafurdo.

Eu! empoeirado pelo tempo – triste feito espinho.
Seco como a rosa murcha, morta e sem textura.
Que a beleza arremessou na areia para o fim do ninho.
Sem forma, nem cheiro, sem força nem fervura.

Solto ao vento corro eu, junto às pétalas.
Mancho meus pés de selva, de trevas, de ura.
Para sempre enrrustido no penitente das brenhas.

Que não vê a lua com beleza; Fadas com angústia.
Molha os jardins dos campos com lágrimas,
Germinando sonhos e traz da terra ignorância.

                          
                               

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...