Sem veia, a pobre desgraça sem face,
Sacode as vestes rasgadas por seu colo.
Finge cantar a vida e o desprezo -
Fantasias acordadas para o demônio.
O socorro, que fecha as calçadas da rua,
Absorve o ódio dos pés inchados à beira
Do asfalto, grita por consolo ao doente
Corpo, que carrego por todos os lados.
Seco o suor. Ferido, vejo sem piedade
A poeira, que o luar conduz à depressão -
Praguejada na lente do meu peito.
Na noite, ando por ansiedade.
Levo o corpo com as pequenas rosas,
E acredito ainda estarem mortas.
(Ismael Júnior, 13/09/2005).
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