Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

domingo, 10 de abril de 2011

Tudo tao real...

Para a liberdade atingir o homem
E se criar o espelho das almas,
Alcançando as paredes do desejo,
Amargando a solidão da alma.

Trazendo da noite, a vida;
Das trevas, o vigor;
Das sombras, a clareza
Para todo pecado e toda dor.

Parece-me que tudo se transformou,
Voltei a sonhar com anjos – talvez demônios -
Parei para pensar na dor
Da minha alma arrancada
Por uma simples palavra.

Da navalha, ao sangue;
Da queda, à dor;
Do sono, à morte;
Da morte, ao esquecimento.

(Ismael Júnior, 14/03/03).

Triste fim...

A terra sobre o mundo é o que vemos.
 O mundo é louco, pardo pela pele,
Negro como a noite, triste como eu.
Simples carne humana, fraca mente insana.

Mundo louco; mudo veste-se para seu fim.
Majestosa és a vida.
Por fiasco, és por um deus,
Sábio como eu.

Membro transtornado, vasto pelo amargo,
Cru pelo apelo.
Somos a ilusão, a febre da alma.

Somos a carne em teu pútrido estado.
Por que mentes?
Teus olhos não te dizem?

(Ismael Júnior, agosto 1998).

Tudo que nos versos passamos...

Apesar de sermos tão distantes,
A solidão consegue nos atrair,
Fazendo-se dizimar,
Tornando-se morrediço...

Tudo que nos versos passamos,
Para cada um, proclamássemos
A verdade do que há de vir.

Te amo tanto quanto as algas amam o mar;
Te vejo tanto quanto os meus olhos,
Por pura inocência, enxerga o luar.

E quando a lua cheia me deixa a pensar,
Não sei o porquê mas continuo a rezar
Por todas as noites da lua; esse belo olhar...

Venha fazer parte, não da minha vida,
Mas da eternidade da alma!Venha enxergar
A quão bela és. O olhar; o falar; o calar.

E tudo vire pedra, quando a tua linda poesia
O coração encantar!Assim poderemos a tudo tocar,
Sem esperar noite, dia, ou estação para ele brotar.

(Ismael Júnior, 19/06/08).

Sonhos opostos.

Quando a luz invade o ocasional
Transforma a nudez do espírito num longo caminho.
A entrada de uma passagem rodeada de inesperado,
Transborda de ânsia para o sonho invadir
Grande espaço vazio, oriundo e fantástico.

Não existe direção para as trevas; não existe
Pensamento que ultrapasse a meretriz das loucuras.
Imaginou-se algo doentio,
Nunca outrora observado
Por nenhuma criatura perpetuada neste universo.

Uma grandeza - que beira inferno e luz -
Nunca vista antes,
Ao menos vivida, por algum de nós.
Desenrola-se em opostos
E controvérsias dos nossos sonhos.

(Ismael Júnior, 1996).

Sofro, sinto, padeco, cego, morro.


A Lua cobre minha tristeza, e descobre minha alma.
Sofro, sinto, padeço, cego, morro.
Esconde o rosto por semanas e não vejo seu brilho.
Tem na mão o que de belo planto na escuridão.

Não deixarei esta grande lua me devorar.
Sinto nas noites o que meus olhos ainda hão de enxergar.
Um grito lírico que saliva irei gastar.
Seja por desejo, seja por delírio ao te encontrar.

Enterrar-me-ei nas noites sem ti; nas trevas,
Não poderei ir. Quero da tua lucidez degustar;
Da beleza, apreciar; e da distancia, delirar

Nos braços bravos seguros pelos cantos.
Mesmo sem acalanto, rezo para em meu pranto
Enxergar a luz que nas noites segue a me olhar.

(Ismael Júnior, 13/08/2005).

Sim, sou eu...

Surgindo daquele mundo nada pode ser tão singular
Quanto a passagem pelo esquecimento -
Desprezo voluntário.

A dor, congelada em seu peito,
Distingue aflições
Pelo ardor da nostalgia.
O sonho se transforma em pesadelo
E desfila pelo labirinto da solidão.

O medo que carrega, leva-o a
Buscar caminhos mal entendidos e
O segredo violado existente em seu peito -
Contorce todas as pedras da construção
Desse mundo acabado.

Se soubesse,
Não cairía nos braços da tristeza,
Viveria nas praias do esquecimento
Buscando a entrada para o castelo
De gelo, perdido em seu peito
No último dia do contentamento
Da verdadeira aflição corrente em seu corpo.

Talvez fosse singelo. Puro acaso.
Não sabe a diferença de ser ou não?
Sempre quis nuvens, alturas, lagos profundos
E mortos; agora, nada é tão morto
Quanto o seu próprio olhar.

(Ismael Júnior, 1998).

Sendo apenas a lembranca do abominavel escurecer...


Oh! Que triste esse coração meu.
Por motivo não sei; por natureza, talvez.
Vendo por uma amargura quase demolidora,
Sob pena de um demasiado fundo de desesperança.

Sendo apenas a lembrança do abominável escurecer,
Que envolve as amalgamas do pesar atrócito.
Do pensamento mórbido dissolvido no calor da lua,
Ou na frieza da escuridão. Tanta sordidez...

Vai! Vai batendo os passos a estalos abomináveis,
Mas como marca passo, arranca até a ferida,
Onde no seu movimento acelera a decadência do ser,
Simplesmente por natureza viva; morta; mortiz;

Atroz; sórdido; pelos tantos meios o coração não teria
Discernimento capaz de avassalar até mesmo
O sentimento de dor; por ser maior e demonstrar,

Mesmo na solidão, a unidade não ultrapassa
 A palidez da batida dolorosa que poderia passar
O corpo em que esse coração tenta todas as noites
Estourar os limites da batida que a dor possa carregar.

(Ismael Júnior, 21/06/08).

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...