Sempre tive medo de ser! O que não diz o motivo de viver.
Vivo, pois sempre invento motivos, mas nem todos convencem o medo.
Sonho aos prantos e dores, é a melhor hora para se ter noção.
Caio no mundo feito pedra, na terra, sem movimento, sem melancolias,
Sombras e escuridão. Tão quanto velho seja este mundo
Tão mórbido e obscuro que comungo a existência desta fera.
Onde os olhos como esferas ofuscam a luz da inexistência
Quando o belo em trevas revela a única forma de alegria;
Que do olfato e da ousadia a luz do toque anuncia
Quanto belo posso ser quando a luz a tudo transforma;
Quanto belo posso ter quando a luz ao fim desloca;
Tanto quanto louco posso ser quando a luz o olho abandona.
Tanto quanto encantado posso ser quando a escuridão a mim demonstra
O belo passo abstrato da figura negra do acaso.
Afundando em sombras para ser pedaço do infinito.
Infinito este negro, que de trevas, beleza e esperança,
Sobrevivo para ser à sombra do belo vulto que levanta.
(Ismael Júnior, 18/10/2010).
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