Por tantos medos, por tão pouca inocência,
Vivo esquecendo até o lábio, que preciso para o beijo.
Isso continua a matar a sede que a ignorância
Ainda planta no cemitério que habita o meu desejo.
Mesmo assim, pobre de mim, pedaço pequeno,
Prematuro veneno que abriga a maldita lembrança da sombra.
Sempre próxima da herança, de um poderoso “heleno”
Que habita algo errado, que não finge nem penumbra.
Viverei assim? Da sombra? De loucuras?
Pensarei assim? Em trevas? Em cinzas?
Terei isso? Mesmo morta? Apenas para olhar?
Onde ficou o céu quando o olho não enxergava luz?
Onde deixo marcas em um solo sem caminhos?
Onde farei lembrança que a nuvem branca esqueceu?
(Ismael Júnior, 29/11/2006).
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