Parece-me tão estranho o amor das noites.
Das noites cegas e sozinhas, principiando a lembrança.
Que sonho triste, esse mundo de pensamentos,
Esse choro contente, essa cara diferente.
Que lágrima vagabunda, morta às vésperas do espanto.
Que selva profunda de cacos, laços, prantos.
Será doce na terça, cinza na quarta, acabado no mármore,
Nas flores, nas dores. Oh! Esse escuro.
Quero velas para o salto, palmas para o pranto,
Sorte no cansaço, flores no túmulo,
Sede na derrota. Fome - que absurdo!
Salvem-me do mundo, tragam-me ao fundo,
Deixem o meu conto, levem-me o defunto,
Digam-me que sou louco, matem-me no luto.
(Ismael Júnior, 21/04/05).
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