Ismael Leite de Almeida Júnior

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Aracaju, SE, Brazil
Poeta, cantor, compositor, guitarrista, apaixonado por mundos e vida.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Quanto mais ao mar meus olhos se lançavam


 
Ontem, junto ao mar fui lançado para um sonho
E no som das pedras que o mar abraçava
Encantei-me com a beleza de uma linda
Sombra que ao lado se lançava, vestida
De ternura e beleza que ao homem é loucura.

Quanto mais ao mar meus olhos se lançavam
Percebia quanto à beleza do teu corpo refletia
E junto ao som das gaivotas fez-se a voz da bela
Em poucas palavras mostrando-me sua fala assim,
Como ao mar não parava de encantar e beijar as pedras.

Pedras estas que apoiavam a mais linda sombra da ilha.
A noite caia, o mar avançava, as pedras gemiam,
Meus olhos brilhavam, você sorria e a noite
Com toda sua potência a Lua nos trazia.

Como é linda a noite, a lua, o mar, até a chuva
Que nos unia fugindo do sopro que da noite se valia.
E cantamos, e falamos, e sorriamos e nada mais
Vai tirar este agora, que por um louco momento
É o melhor suspiro que posso contemplar sozinho.

E nas loucuras que poderei cantar


Hoje, olhando para esta imensidão escura
Acima dos meus olhos, uma gigantesca
Sombra que transforma o dia em noite
Onde uma quantidade infinita de estrelas
Vem nos trazer essa chuva de brilhos
Formatos e cores que me sufocam.

E para alertar a imaginação, nuvens,
Nuvens escuras dando forma a loucura,
Criando desenhos que apenas a mente
Os dimensionam e logo após o vento
Vão passando numa pressa alucinada

Não esperam a palavra e vão-se para
A escuridão além do horizonte muito,
Muito distante onde só a Lua iluminara.
Ah, a Lua, este belo astro que aqui se faz
Solitária, iluminando os meus sonhos
Movendo a luz entre eu e as nuvens.

Que astro encantador, faz de sua forma
E brilho a dor e a alegria dos pobres,
Dos ricos, dos loucos. Nos risos
Nas lembranças...

Com seu passo lento nos faz reviver
As faces, a amargura... A felicidade.
Quanto sentimento em um só astro
Que ao longe me faz viajar na mulher,
No prazer, no amor, nos encantos
E nas loucuras que poderei cantar.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Texto explicativo


Não venho do ócio por um motivo sóbrio. Trago aqui um rasgado de mundo sintetizado em ondas assimétricas de melancolia e abstinência. Um sonho parado que retorna a característica da criação acordada anos atrás de qualquer ordenação. A semelhança entre o belo e o morto que está apenas nas lágrimas que derramamos por escolha própria. Ou enxergo e vivo ou me castigo como morto. É tão incoerente a incoerência das razões que em cada mão planto. Uma palavra pela qual representa o variante do meu humor, e nesta faço uma versão daquilo que agora me lanço, e vou tentando... tentando... tentando.
Reparo que na falta da minha coragem algumas coisapessoas encontram um sofrimento que não explica nada, mas faz da tortura uma dor mais avançada. É o medo quem fala, ou melhor, chora. Aqui alguém vai me dizer que o que escrevo são lástimas, fezes ou simplesmente mágoas. Quanta realidade digo para que todos consigam me ignorar. E riem pela minha caretice, e sofrem pelo mesmo motivo que ao ócio me levara.
Oh bela música! Tu que agora me encantas, mostre para essa pequena alma o triste caminho da esperança. E faça arder em minha face o doce colorido dos meus olhos que de tão molhados reflete o cinza da vida lá fora. Mostre-me o quanto alegra e conforta aqueles que a ausenta.
Hoje mostro que meu ócio, minha dor, minha embriaguês, meu choro e minha solidão construíram mais alguns degraus. E que louco isso sabe?! Não acredito que a minha morbidez possa ter tantos caminhos. Assim como também não acredito como tantos caminhos loucos e cegos dizem percorrer.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Como portas que se fecham


Como portas que se fecham
Olhos que se cortam
Intuição que se sente
Dor que se chora
Cor que transforma
Vinho que embriaga.

O som que detona
Onda que se choca
Pedra que sustenta
Mão que te levanta.

Uma rajada de vento
Num escuro que deturpa
A palavra que concentra
O silêncio que desponta
O ofego que adormece
A fome que devora.

Miúro, o coração delira...
Como voz que a nada fala
Tom que a nada toca
Vida que não ilumina
Chão que nos devora.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Abraçe-me e tudo se mostrará feliz


Abraçe-me e tudo se mostrará feliz
Aperte-me e tudo se tornará intenso
Beije-me e tudo se sentirá eterno
Sinta-me e tudo alcançará o etéreo.

Veja que a felicidade é o abraço do sonho
A intensidade é o aperto do sentimento
E tudo é eterno quando se é factível.
Como tudo se posta ao olhar do encanto

E, ao mostrar a palavra sem rima
Sabemos do erro que nos olhos temos.

Sufoco-te, pois em teus sonhos quero estar
E no verde dos teus olhos um pouco do azul
Floresce para iluminar meu latíbulo febril.

Hoje, não mais que hoje...


Hoje, mais do que qualquer outro dia
Meu coração chora, e chora, e despedaça-se
Fazendo das letras as lágrimas derramadas
E as palavras tentando amortecer a agonia.

Hoje, não mais que hoje, sinto o peso
Daquele desejo que me fez temer o amor
E que me jogou mais uma vez a indulgência.

Encantado pela existência que não mais revela
Descubro a razão pela qual ainda insisto,
Mesmo sabendo da cegueira de nossos atos,
Em amar tão intensamente e inépciamente.

Agora, a mão que ao toque sempre cedeu
Continua dormente pela sensação de indigência.
E o coração bate, bate, e bate. E sofre...
E grita, e entristece. Mas vive.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quanto cego talvez seja eu...


Quanto cego talvez seja eu...
Verme qualificado de desgraça
Perante o mau dizer das carcaças
Que nada tem a temer da terra.

E nada a lamentar da desgraça
Mesmo com pútrido ambiente
Não deixa de ser o mesmo canalha.
Diante da morte ou da mordaça.

Perante o insulto ou diante da faca.
E mesmo perdido na morte
Não trago no coração a falta.
De ódio, de vingança e de trapaça.

Onde posso tudo! Como no sonho
Que encarrega de dizer o que passa
Na tua vida, na minha lembrança
E na caminhada para a esperança
De algo triste que a vida sempre afronta.

A procura da poesia lisérgica.

E agora falo para as trevas E para a luz. Quanto da minh’alma Figurará no fogo que arde E no brilho dessa luz opaca? Meus anseios e minhas l...