Não venho do ócio por um motivo sóbrio. Trago aqui um
rasgado de mundo sintetizado em ondas assimétricas de melancolia e abstinência.
Um sonho parado que retorna a característica da criação acordada anos atrás de
qualquer ordenação. A semelhança entre o belo e o morto que está apenas nas
lágrimas que derramamos por escolha própria. Ou enxergo e vivo ou me castigo
como morto. É tão incoerente a incoerência das razões que em cada mão planto.
Uma palavra pela qual representa o variante do meu humor, e nesta faço uma
versão daquilo que agora me lanço, e vou tentando... tentando... tentando.
Reparo que na falta da minha coragem algumas coisapessoas
encontram um sofrimento que não explica nada, mas faz da tortura uma dor mais
avançada. É o medo quem fala, ou melhor, chora. Aqui alguém vai me dizer que o
que escrevo são lástimas, fezes ou simplesmente mágoas. Quanta realidade digo
para que todos consigam me ignorar. E riem pela minha caretice, e sofrem pelo
mesmo motivo que ao ócio me levara.
Oh bela música! Tu que agora me encantas, mostre para essa
pequena alma o triste caminho da esperança. E faça arder em minha face o doce
colorido dos meus olhos que de tão molhados reflete o cinza da vida lá fora.
Mostre-me o quanto alegra e conforta aqueles que a ausenta.
Hoje mostro que meu ócio, minha dor, minha embriaguês, meu
choro e minha solidão construíram mais alguns degraus. E que louco isso sabe?!
Não acredito que a minha morbidez possa ter tantos caminhos. Assim como também
não acredito como tantos caminhos loucos e cegos dizem percorrer.