E a chuva como pregos em minhas costas,
Ardendo feito fogo, relâmpagos,
Soluços, deixa-me mais que bêbado.
A dor que de mim exala
Derrama da face molhada
A loucura que agita a mente,
Traz ao fundo a melancolia,
A doença que me guia,
Julga e castiga.
Esse é meu anjo que, mesmo no espanto,
Consegue me manter na dor.
Oh! Que dor.
Transpira em meu peito
E mastiga o desejo que inconscientemente
Transforma a agonia
Num simples contentamento
Da orgia que aparece no fruto da alma,
Na carência do sexo,
No desejo da carne
Onde mais busco a solidez da vida.
E de tão cego contento-me
Com os raios, com os relâmpagos,
Com o amor e o álcool.
(Ismael Júnior, 05/07/05).
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