Verme qualificado de desgraça
Perante o mau dizer das carcaças
Que nada tem a temer da terra.
E nada a lamentar da desgraça
Mesmo com pútrido ambiente
Não deixa de ser o mesmo canalha.
Diante da morte ou da mordaça.
Perante o insulto ou diante da faca.
E mesmo perdido na morte
Não trago no coração a falta.
De ódio, de vingança e de trapaça.
Onde posso tudo! Como no sonho
Que encarrega de dizer o que passa
Na tua vida, na minha lembrança
E na caminhada para a esperança
De algo triste que a vida sempre afronta.